SACOMÃ
O logotipo
O bairro do Sacomã abriga uma das árvores mais antigas e talvez a mais importante, em termos históricos, já documentada na cidade de São Paulo. Conhecida como Figueira das Lágrimas, o logotipo representa este magnifico patrimônio histórico, ainda vivo.
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História
Nas terras conhecidas como Moinho Velho, próximas a Estrada das Lágrimas, no Caminho do Mar, às obras do Museu do Ipiranga, os irmãos Saccoman chegaram em 1886, vindos da França. A Cerâmica Saccoman Frères foi a primeira fábrica de produtos de cerâmica fundada por eles por volta de 1890, onde começaram a fabricar tijolos, iniciando a produção de telhas tipo Marselha no Brasil. De uma família de tradicionais fabricantes de cerâmic de Marselha, cidade mais antiga da França, os irmãos Antoine, Henry e Ernest Saccoman chegaram à São Paulo nos últimos anos do Império, quando o crescimento da população já estimulava o desenvolvimento da construção civil. A construção do Museu do Ipiranga havia começado e a produção de tijolos que começou em 1910, até então era pequena, tornando os irmãos Saccoman responsáveis por trazer melhorias na qualidade deste tipo de produto. Em 1921 ocorreu a morte de Antoine e os outros dois irmãos decidiram voltar para a Europa e, para tal, venderam a indústria, que passou a se chamar Cerâmica Ipiranga. O nome da fábrica mudou mas o nome do bairro ficou conhecido como Sacomã. A velha residência, a lagoa e o grande buraco para retirada de argila permaneceu no local por muito tempo até chegar a Via Anchieta em 1939. A área antes ocupada pela fábrica, hoje é a Favela Heliópolis, a maior favela da cidade de São Paulo que nasceu em 1973.
Figueira das Lágrimas
O bairro do Sacomã abriga uma das árvores mais antigas e talvez a mais importante, em termos históricos, já documentada na cidade de São Paulo. Conhecida como Figueira das Lágrimas, recebeu este nome pois era exatamente sob sua sombra que familias se reuniam para se despedirem dos tropeiros responsáveis pelo transporte de mercadorias do centro à Santos e também, durante a Guerra do Paraguai, foi o local onde os soldados se despediram de suas familias. Dizem que Dom Pedro I passou por ela para proclamar a Independência no Ipiranga já que em 1822, já era uma árvore adulta que estava à beira da estrada das lagrimas que dava acesso a serra do mar. Infelizmente nos dias de hoje a figueira conta com a ajuda de poucas pessoas e recursos limitados que lutam para manter a saude da figueira. Existem mais de mil espécies de figueiras mas a figueira organensis é um símbolo da História e Mata Atlântica de São Paulo. Com cerca de 200 anos, ela está quase toda encoberta por uma figueira benjamina asiática de pelo menos vinte anos, que está matando o que restou de sua copa. Mesmo revelando os maus tratos de podas erradas, cupins e sobras de materiais de construção como cimento e tijolos, ela permanece resistindo ao tempo.