PERUS
O logotipo
O logotipo é uma homenagem aos perus de Dona Maria que deu origem ao nome do bairro. Duas pás simbolizam a importância econômica que a Fábrica de Cimentos Portland Perus proporcionou ao bairro e a folha representa o Parque Anhanguera.
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História
Protegido por morros e Mata Atlântica, o bairro de Perus foi fundado em 1867, ano em que foi inaugurada a Estação Ferroviária de Perus. Responsável pelo desenvolvimento do bairro, ela foi inaugurada em 1914 e manteve-se em funcionamento até 1983. A região do bairro de Perus era conhecida como “Fazenda Ajuá” (nome de um arbusto espinhento), e era uma das maiores fazendas próximas à capital. O local era próximo da confluência do Ribeirão Perus com o Rio Juqueri, um ponto estratégico já que era metade da distância entre São Paulo e Jundiaí. O nome do bairro tem duas versões. Uma corresponde a lenda de uma senhora chamada “Dona Maria” que criava peru e fornecia essas aves aos tropeiros e boiadeiros que passavam pela estrada que ligava São Paulo ao interior, ficando conhecida como “Dona Maria dos Perus”. A outra, é que devido a um acidente geográfico no Ribeirão Perus e um amontoado de rochas naturais por onde a água passava, os índios chamavam o local de “PI-RU” que numa tradução livre do tupi significa “pôr-se apertado” (em referência a topologia montanhosa da região). O calcário no início do século passado foi a grande riqueza do bairro, proporcionando o desenvolvimento econômico da região por meio da Fábrica de Cimentos Portland Perus, uma investida de um grupo canadense em 1926. O cimento produzido em Perus tinha qualidade e a fábrica era uma das únicas do país, por isso, até o final da década de 60, o cimento de Perus ajudou a construir o Brasil carregado pelos trens que levavam o material para as usinas e hidroelétricas, novas indústrias e novos prédios. Construções como a Avenida 9 de Julho, a Biblioteca Mário de Andrade, as obras da Light em Santos, o trecho inicial da Via Anhanguera, Brasília, entre outras. A maioria das pessoas que moravam no bairro trabalhavam na fábrica de cimento – que era o principal centro de trabalho do local e então os imigrantes começaram a chegar em 1930. A fábrica trouxe empregos mas também insatisfação. Em 1958 o Sindicato faz um movimento para questionar a maneira como a empresa trabalhava e o envolvimento dos trabalhadores com o movimento sindical foi tão forte que acabou rompido, surgindo dois grupos com os mesmos objetivos mas diferentes formas de atuação: pelego (que trabalhavam sob grande pressão e tiveram de enfrentar situações mais difíceis do que os trabalhadores que estavam fora) e queixada (que pode-se fazer a simbologia com o porco do mato que, quando está sozinho, corre dos outros animais mas, quando estão todos juntos, investem furiosamente no inimigo até a morte). O Sindicato propôs que aumentassem os salários ou abaixassem o valor do cimento e a greve chegou. Com duração de 7 anos e 4 meses – tornando-se a greve mais longa da história nacional e, vitoriosa – os trabalhadores foram considerados pioneiros na ação de greves persistentes e agressivas no país. Mas os problemas não acabaram por ai. A poluição por conta do cimento foi um problema pois causava desde vazamento nas casas até telhas quebradas e, em 1973, a Paróquia organizou as lideranças para realizarem um movimento contra o pó de cimento sendo responsáveis assim pela provável primeira passeata ambientalista e ecológica do país, conseguindo com que a fábrica de cimento fosse desativada juridicamente em 1992, depois de 40 anos em funcionamento. Em 1979, foi aberto o Parque Anhanguera, o maior parque municipal de São Paulo com 9 milhões e 574 mil metros quadrados e aproximadamente 950 hectares, correspondendo a 60% da área verde originalmente de Mata Atlântica (ele tem 8 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera), que fazia parte da Fazenda Santa Inês, no início do século passado. Parte da vegetação foi removida para plantação de eucalipto que seria utilizado pela fábrica de cimento e para a Maria Fumaça que passava no final das terras da fazenda. Com um rico reduto de fauna e um sub-bosque que se regenerou, o Parque Anhanguera se tornou um refúgio para moradia e alimentação de vários tipos de animais de Mata Atlântica, abrigando desde 1996, o CRAS – Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – que tem a função de reabilitar os animais atendidos pela divisão de fauna do parque para depois serem soltos na natureza novamente.